No século XX, surgiram os primeiros trabalhos e abordagens que se tornariam as bases para a psicopedagogia. Pensadores como Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon contribuíram para a compreensão dos processos cognitivos e do desenvolvimento infantil, fornecendo perspectivas cruciais que influenciaram a prática psicopedagógica.
A Psicopedagogia foi trazida ao Brasil na década de 60 com o intuito de atender pessoas com dificuldade de aprendizagem. Na mesma época, no Rio Grande do Sul, eram criadas as primeiras clínicas de leitura. ¹
¹ “a iniciativa busca proporcionar mais visibilidade à prática da leitura em hospitais, clínicas e lares de acolhimento.”
No Brasil, tivemos grande influência da literatura psicopedagogia argentina em nossas práticas, devido a maior facilidade com a língua e proximidade entre países. Muitos psicopedagogos argentinos se mudaram para cá, uma vez que, na Argentina, eram proibidos de exercer a profissão, devido a diversos fatores, como, políticas educacionais e disputas sobre competências e funções no campo da saúde mental e educação. Logo, na América do Sul, a área que mais se desenvolveu foi a escolar.
Nos anos 70, tivemos os primeiros cursos voltados para os estudos sobre as dificuldades de aprendizagem, que focavam na ação preventiva. Dessa forma, as pessoas eram diagnosticadas com distúrbios neurológicos que não eram detectados em exames, os chamados de disfunções cerebrais mínimas (DCM).
Em 1979, é inaugurado o primeiro curso regular de Psicopedagogia no Instituto Sedes Sapientiae, situado no estado de São Paulo. Esta iniciativa foi concebida sob a liderança da renomada Pedagoga Maria Alice Vassimon, em colaboração com a eminente Madre Cristina Sodré Dório, então diretora do Instituto. Este curso representou um espaço primordial, dedicado à análise, discussão e busca por soluções destinadas aos desafios enfrentados no domínio da aprendizagem.
Na década de 80, é fundada a ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia), que tem como um de seus objetivos²:
² “Comprometer-se com a melhoria da educação no país, na relação com a formação de novos psicopedagogos, afinada às políticas públicas voltadas à educação, saúde e assistência às crianças, adolescentes e jovens assistidos por esses profissionais.”
Ao longo das décadas seguintes, a psicopedagogia continuou a se desenvolver, incluindo abordagens e perspectivas variadas, como a neuropsicologia, a psicanálise, e a sociologia da educação. Essa diversidade teórica permitiu uma maior compreensão dos desafios enfrentados no processo de aprendizagem e desenvolvimento humano. A integração de tecnologias educacionais e abordagens inovadoras tem ampliado as possibilidades de intervenção psicopedagógica em diversos contextos, desde escolas até clínicas especializadas.
A história da psicopedagogia no Brasil é marcada por um contínuo processo de desenvolvimento e aprimoramento, comprometido em promover uma educação mais inclusiva e eficaz para todos os indivíduos.
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